EEEFM "Ecoporanga", leva dois participantes para o
II Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica
Educação para a vida:
em busca da formação crítica
Visões
fortes de assuntos diferentes, mas que, trabalhados em conjunto, resultam numa
ação comum. A Conferência Temática III: Educação, Tecnologia e Sustentabilidade,
que aconteceu na manhã de quinta-feira (31), foi surpreendente e emblemática.
Os debatedores Enrique Leff e Jon “Maddog” Hall falaram sobre o poder do
capitalismo em criar currículos que visam à formação do trabalhador para o
mercado de trabalho e não para a vida. O diretor-executivo da organização Linux
Internacional, Jon Hall, enfatizou que o Brasil precisa construir o seu caminho
e crescer na direção certa. Para ele, é fundamental que as universidades e o
ensino técnico ensinem os estudantes a serem críticos através do aprendizado
para a vida. “O uso de softwares livres instiga o estudante a pensar livremente
e adequar as ferramentas de tecnologia de acordo com as necessidade da sua
comunidade.” O sociólogo ambientalista Enrique Leff foi profundo na análise da
relação do homem com as tecnologias e as relações individuais. “A crise
ambiental reflete a crise civilizatória. Os seres humanos construíram um mundo
que culminou na crise da condição humana no planeta.” Essa organização de mundo
global que criou o “Homo economicus”, segundo Leff, transformou a relação
social, e a educação tem um papel fundamental no processo de reversão ao
preparar as pessoas para o pensamento crítico com ideais que transformem o
mundo. O segredo é treinar o pensamento, mas esta tarefa não acontece somente
nas universidades. O conhecer é uma experiência vitalícia e precisa ser
trabalhada em casa, pelos pais, na visão do sociólogo.Ao final, a conclusão
unânime dos debatedores foi em torno da caminhada necessária para a
reconstrução de uma geração mais crítica, questionadora, reflexiva e que só
será possível com mudanças significativas na forma de fazer educação.
Educação, tecnologia, sustentabilidade e desenvolvimento foram foco dos
três debates realizados nesta quinta-feira, dia 31, no Fórum. No debate
“Educação profissional no contexto da reestruturação produtiva”, o brasileiro
Marcos Troyjo analisou que o mundo está prestes a viver um processo de
“desglobalização” por causa do fortalecimento do estado-nação e do sentimento
de “local conteudismo”.
“Isso pode levar a deficiências do sistema econômico mundial, onde
prevalecerá a tônica individualista”, analisa Troyjo, que participou do debate
com Fernando Rodal (Uruguai), Prisca Kergoat (França), José Segovia (Espanha) e
Marcelo Feres (Brasil).
No debate “Juventude, tecnologias e inovação”, Juana Sancho (Espanha),
Alberto Croce (Argentina) e Fernando Costa (Portugal) concluíram que as
tecnologias são um instrumento para a formar os jovens e melhorar o diálogo
entre alunos e professores, mas não resolvem sozinhas os problemas da educação.
A polarização entre ideologias distintas marcou o debate “Educação
profissional e desenvolvimento sustentável”. Alexandre Leripio (Brasil)
defendeu que fazer o jogo do mercado é fundamental para não “pregar no
deserto”. Do outro lado, Graciela Mandolini (Argentina) e Maria Durán
(Colômbia) acreditam que o sistema capitalista é incompatível com o
desenvolvimento sustentável, sendo a “sustentabilidade” um discurso apropriado
indevidamente pelos organismos do mercado.
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